O filme Selma é uma biografia de Martin Luther King, mas ao invés de
privilegiar o Martin Luther King inabalável, virtuoso, bom pai, bom marido, o
filme aborda-o como um político, estadista, um militante movido pela razão.
O filme começa mostrando Luther
King ganhando o prêmio Nobel da Paz, essa cena inicial é importante, porque o
filme aborda o respeito que a imprensa, políticos e autoridades tinham pelo
Luther King e por trás desse respeito estava o prêmio Nobel, nenhum outro
militante dos diversos movimentos negros que existiam tinham o mesmo respeito
que Martin Luther King havia conquistado.
Oficialmente a segregação racial
acabou nos Estados Unidos, em 1964, assinada pelo então presidente Lyndon
Jhonson, mas na prática a população negra continuava enfrentando problemas como
altas taxas de analfabetismo, desigualdade social, extrema pobre e sem direitos
políticos sendo impedida pelas autoridades brancas de se inscreverem como
eleitoras, sendo submetidas a perguntas grotescas e desnecessárias que tinha a
clara intenção de impedir a população negra de se tornar eleitora.
Como ativista Martin Luther King
continuou sua luta pela igualdade real entre as pessoas, o filme aborda que ele
tinha acesso diretamente ao presidente, com quem discutia a proposta de criar
uma Lei que pusesse em prática a igualdade entre todos os americanos. Diante da
recusa do presidente Jhonson, Luther King decidiu ir à cidade de Selma, que
fica no estado do Alabama, condado de Dallas, onde havia uma enorme resistência
branca em conceder o direito de voto da população negra.
O filme mostra a importância da
cobertura da imprensa para que a marcha de Selma ganhasse a comoção popular, a
violência com que as autoridades brancas trataram as pessoas negras que participaram
da marcha provocou o apoio de grande parte da população que até então não
haviam se posicionado.
O filme mostra que o apoio da
imprensa a Martin Luther King foi importante para as conquistas do movimento
negro. A marcha de Selma a Montgomeri, capital do Alabama, ganhou o apoio da
população branca que saiu de diversos lugares dos Estados Unidos para
participar da Marcha, e forçaram o presidente Lyndon Jhonson a propor o projeto
de lei para garantir a igualdade entre toda a população americana.
A atuação de David Oyelowo como
Martin Luther King é excelente, ele construiu um personagem inteligente,
racional, que não se exalta em seus discursos, e divide as decisões com seus
companheiros apesar do respeito que todos têm por ele. Também destaco a atuação
de Carmen Ejogo como Coretta Scott King que contracena muito bem com Oyelowo. O
filme emociona em diversos momentos, trazendo ao expectador a violência que a
população negra teve que enfrentar até conquistar o seu direito a uma igualdade
real.
O filme não aborda até a morte de
Martin Luther King, mas o medo de sofrer um atentado é constante em toda a
trama, e monstra um Luther King ciente de suas ações, que não recuou em seus
atos por medo da morte. O filme usa imagens reais que dão uma emoção a mais ao
filme, a música Glória de John Legend
dá um tom emocionante as imagens da marcha.
Crédito:
Diretora: Ava DuVernay
Ano: 2014
Duração: 128 min.
Elenco: David Oyelowo (Martin Luther King Jr.),
Tom Wilkinson (Presidente Lyndon Johnson), Carmen Ejogo (Coretta Scott King),
Giovanni Ribise (Lee C. White), Lorraine Toussaint (Amelia Boynton), Common
(James Bevel), Alessandro Nivola (John Doar), Cuba Gooding Jr (Fred Gray).
Roteirista: Paul Webb
Produtores: Dede Gardner, Oprah Winfrey, Jeremy
Kleiner, Christian Colson
Director de fotografia: Bradford
Young
Produção: Celador Films, Harpo Films, Pathé,
Plan B Entertainment, Cloud Eight Films.
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