“O Primeiro homem” (2018) é um filme dirigido por Damien Chazelle, ganhador de três indicações e um Oscar por “La la land – cantando as estações”. Chazelle deixou o musical de lado, mas manteve a parceria com o ator Ryan Gosling. O filme fala sobre a corrida espacial e a chegada do Homem a lua, mas de uma forma diferenciada, a partir do ponto de vista pessoal do astronauta Neil Armstrong.
A história é bem conhecida, mas a forma de conta-la ganhou o diferencial, pois fala sobre a família, a relação com a esposa, os filhos, os amigos, as motivações pessoais que o levaram a dar continuidade ao projeto espacial mesmo ciente do risco de vida, fatos pouco conhecidos sobre primeiro astronauta a pisar na lua.
Chazelle em boa parte das cenas escolhe pelo enquadramento de câmera em primeiro ou primeirissimo plano que privilegia passar emoção e expressão, com isso o filme ganha em alguns momentos um aspecto documental, inclusive, pela mistura de imagens reais com as de ficção.
As cenas mostram mais o foguete pelo lado interno, o pouco espaço, a tecnologia ainda rústica e os desafios físicos e intelectuais impostos aos astronautas, em oposição a magnitude dos foguete pelo lado externo.
Ryan Gosling como Neil Armstrong oscila entre a frieza necessária ao personagem e a falta expressão não transmitindo a emoção necessária para a cena, principalmente nas cenas de plano fechado. Por outro lado, Claire Foy como a esposa de Armstrong busca manter um ambiente familiar saudável, sendo um ponto de equilíbrio entre o marido e os filhos.
É um filme instigante. Que revela as perdas humanas e os sacrifícios necessários para que os Estados Unidos saíssem na frente na corrida espacial no contexto de guerra fria. E mostra os astronautas não como heróis, mas como pessoas normais, corajosos e esforçados, revelando os desafios que eles enfrentaram para que esse grande passo para a humanidade fosse dado.